António Bernardo de Brito e Cunha (JN 06/08/2000)
Um Mártir da Liberdade
“O António Bernardo de Brito e Cunha [...] nasceu no Porto em 1782 no seio de uma das mais ilustres famílias nortenhas, ainda hoje com descendência na cidade. Desde muito novo que começou a militar nas hostes liberais tendo-se tornado ainda muito jovem um verdadeiro apóstolo do liberalismo. Nunca escondeu as suas convicções, antes, manifestou-as sempre, publicamente, mesmo na hora mais inquieta e sangrenta das lutas fraticidas. Foram essas firmes convicções que o levaram a participar na malograda revolução liberal de 16 de Maio de 1828, levantando a sua espada e a sua voz em defesa das Cortes e contra o regime absolutista que D. Miguel pretendia impor. Malograda a patriótica revolução, enquanto muitos se escondiam e outros se punham a salvo, fugindo para o estrangeiro, via Galiza, António Brito e Cunha deixou-se ficar na cidade e no seu posto. Preso à ordem da Alçada, mandada por D. Miguel ao Porto, foi metido, primeiro, nos calabouços do Castelo da Foz com o rótulo de “agitador político altamente perigoso”. Mais tarde transitou para as celas da cadeia da Relação. Foi condenado à morte na forca sob a acusação de ter recebido em sua casa os chefes liberais vindos de Inglaterra para encabeçarem a revolução e ainda de ter tomado parte na eleição da Junta do Governo Provisório. Envolto na alva dos condenados, saiu da prisão e seguiu a pé e descalço, com o baraço ao pescoço, mais nove infortunados companheiros, até ao patíbulo levantado na Praça Nova. Foi executado em 7 de Maio de 1829. Alberto Pimentel no seu livro “A Praça Nova”, revela esta coisa singular e de profundo significado: “Nenhuma pessoa da família Brito e Cunha nas gerações que se têm sucedido desde 1829, atravessou jamais pelo meio da Praça Nova em homenagem de respeito pela memória do seu infeliz ascendente ali executado...” ”
Germano Silva
(in “Jornal de Notícias" de 6 de Agosto de 2000 – pág. 6)
“O António Bernardo de Brito e Cunha [...] nasceu no Porto em 1782 no seio de uma das mais ilustres famílias nortenhas, ainda hoje com descendência na cidade. Desde muito novo que começou a militar nas hostes liberais tendo-se tornado ainda muito jovem um verdadeiro apóstolo do liberalismo. Nunca escondeu as suas convicções, antes, manifestou-as sempre, publicamente, mesmo na hora mais inquieta e sangrenta das lutas fraticidas. Foram essas firmes convicções que o levaram a participar na malograda revolução liberal de 16 de Maio de 1828, levantando a sua espada e a sua voz em defesa das Cortes e contra o regime absolutista que D. Miguel pretendia impor. Malograda a patriótica revolução, enquanto muitos se escondiam e outros se punham a salvo, fugindo para o estrangeiro, via Galiza, António Brito e Cunha deixou-se ficar na cidade e no seu posto. Preso à ordem da Alçada, mandada por D. Miguel ao Porto, foi metido, primeiro, nos calabouços do Castelo da Foz com o rótulo de “agitador político altamente perigoso”. Mais tarde transitou para as celas da cadeia da Relação. Foi condenado à morte na forca sob a acusação de ter recebido em sua casa os chefes liberais vindos de Inglaterra para encabeçarem a revolução e ainda de ter tomado parte na eleição da Junta do Governo Provisório. Envolto na alva dos condenados, saiu da prisão e seguiu a pé e descalço, com o baraço ao pescoço, mais nove infortunados companheiros, até ao patíbulo levantado na Praça Nova. Foi executado em 7 de Maio de 1829. Alberto Pimentel no seu livro “A Praça Nova”, revela esta coisa singular e de profundo significado: “Nenhuma pessoa da família Brito e Cunha nas gerações que se têm sucedido desde 1829, atravessou jamais pelo meio da Praça Nova em homenagem de respeito pela memória do seu infeliz ascendente ali executado...” ”
Germano Silva
(in “Jornal de Notícias" de 6 de Agosto de 2000 – pág. 6)