O Forte da Roca (Cdte. António Bernardo BC)
Forte da Roca
"De uma leitura feita há anos, sobre "Fortificação em ruínas no Cabo da Roca", vamos ressuscitar aqui parte desse texto, por certo novidade para a grande maioria dos nossos leitores.
Após a revolução de 1640 foram construídos ao longo da costa Oeste alguns fortes, cuja principal função era a defesa da barra do Tejo.
Segundo o referido texto, o Marquês de Fronteira terá elaborado um relatório após uma visita de inspecção ao Forte da Roca, em 1675. Nesse relatório, actualmente arquivado na Torre do Tombo, poderá ler-se que a guarnição era composta por 5 soldados, 2 artilheiros e 1 cabo, possuindo o forte 4 peças de ferro e 1 de bronze.
O forte situava-se numa falésia rochosa, num local conhecido por “Espinhaço”, sobranceiro a duas pequenas enseadas e mais perto da Azóia que do Cabo da Roca.
São apenas duas as referências, comprovativas da existência do Forte da Roca: o relatório do Marquês de Fronteira e uma planta do forte constante do “Códice da Casa de Cadaval”, cujo autor se desconhece, mas se sabe ter sido elaborada em 1693. Foi uma fortificação de pequenas dimensões, cujas referências podem ser lidas nas “Memórias Militares” da autoria de António do Couto de Castelo Branco em 1707, bem como no “Tratado Vigessimo Sexto”.
A propósito do forte, num importante documento de 1720 (guardado na Biblioteca Pública de Évora) assinado pelo Conde de Unhão e intitulado “Notícia de Estado”, informa sobre o Forte e a Vigia da Roca, dando-nos conta que o forte estava em ruínas e necessitava ser reconstruído. Quanto à vigia da Roca, o autor do documento salientava que aquela constava de uma casa onde se abrigavam os dois Paisanos da Companhia de Ordenança de Colares.
É pelo documento do Conde de Unhão que se fica a saber da existência da Vigia da Roca, desconhecendo-se no entanto o local exacto onde se situava.
Em 1735, através da “Relação das Fortalezas e Fortes de Toda a Marinha da Província da Estremadura”, é dado conhecimento que o forte estava inoperativo, com todas as peças de ferro incapazes de servir.
Quando em 1751, Eugénio dos Santos Carvalho elabora um relatório, após uma inspecção a todas as fortificações da costa Oeste, subscreveu que o Forte da Roca, embora muito bem localizado, estava completamente em ruínas e abandonado, não sendo rentável reconstruí-lo, devido aos elevados custos que atingiriam as obras.
Todos os restantes relatórios existentes sobre o forte (1763, 1767, e 1777) continuam a referir o estado de degradação da edificação e das peças de artilharia. Mesmo assim, alguns relatórios referem ainda a presença como vigias, de elementos de infantaria.
Mais recentemente, no ano de 1824, há notícia que o forte, mesmo em ruínas, serviu como ponto de vigia aquando da Guerra Civil entre D. Pedro e D. Miguel.
Em 1831 deu-se a “morte” do forte, após o relatório do Coronel do Corpo de Engenheiros José Lane declarar, que devido à grande altura em que se situava, não podia fazer qualquer dano ao inimigo. Estava assim condenado, não voltando a partir daquela altura a ser considerado como ponto de Vigia ou Forte.
No ano de 1910, o Rei nomeou comandante do Forte da Roca o Tenente-coronel na reserva, António Bernardo de Brito e Cunha, sendo apenas uma forma de homenagear aquele militar, com um cargo meramente honorífico."
(in ???)
"De uma leitura feita há anos, sobre "Fortificação em ruínas no Cabo da Roca", vamos ressuscitar aqui parte desse texto, por certo novidade para a grande maioria dos nossos leitores.
Após a revolução de 1640 foram construídos ao longo da costa Oeste alguns fortes, cuja principal função era a defesa da barra do Tejo.
Segundo o referido texto, o Marquês de Fronteira terá elaborado um relatório após uma visita de inspecção ao Forte da Roca, em 1675. Nesse relatório, actualmente arquivado na Torre do Tombo, poderá ler-se que a guarnição era composta por 5 soldados, 2 artilheiros e 1 cabo, possuindo o forte 4 peças de ferro e 1 de bronze.
O forte situava-se numa falésia rochosa, num local conhecido por “Espinhaço”, sobranceiro a duas pequenas enseadas e mais perto da Azóia que do Cabo da Roca.
São apenas duas as referências, comprovativas da existência do Forte da Roca: o relatório do Marquês de Fronteira e uma planta do forte constante do “Códice da Casa de Cadaval”, cujo autor se desconhece, mas se sabe ter sido elaborada em 1693. Foi uma fortificação de pequenas dimensões, cujas referências podem ser lidas nas “Memórias Militares” da autoria de António do Couto de Castelo Branco em 1707, bem como no “Tratado Vigessimo Sexto”.
A propósito do forte, num importante documento de 1720 (guardado na Biblioteca Pública de Évora) assinado pelo Conde de Unhão e intitulado “Notícia de Estado”, informa sobre o Forte e a Vigia da Roca, dando-nos conta que o forte estava em ruínas e necessitava ser reconstruído. Quanto à vigia da Roca, o autor do documento salientava que aquela constava de uma casa onde se abrigavam os dois Paisanos da Companhia de Ordenança de Colares.
É pelo documento do Conde de Unhão que se fica a saber da existência da Vigia da Roca, desconhecendo-se no entanto o local exacto onde se situava.
Em 1735, através da “Relação das Fortalezas e Fortes de Toda a Marinha da Província da Estremadura”, é dado conhecimento que o forte estava inoperativo, com todas as peças de ferro incapazes de servir.
Quando em 1751, Eugénio dos Santos Carvalho elabora um relatório, após uma inspecção a todas as fortificações da costa Oeste, subscreveu que o Forte da Roca, embora muito bem localizado, estava completamente em ruínas e abandonado, não sendo rentável reconstruí-lo, devido aos elevados custos que atingiriam as obras.
Todos os restantes relatórios existentes sobre o forte (1763, 1767, e 1777) continuam a referir o estado de degradação da edificação e das peças de artilharia. Mesmo assim, alguns relatórios referem ainda a presença como vigias, de elementos de infantaria.
Mais recentemente, no ano de 1824, há notícia que o forte, mesmo em ruínas, serviu como ponto de vigia aquando da Guerra Civil entre D. Pedro e D. Miguel.
Em 1831 deu-se a “morte” do forte, após o relatório do Coronel do Corpo de Engenheiros José Lane declarar, que devido à grande altura em que se situava, não podia fazer qualquer dano ao inimigo. Estava assim condenado, não voltando a partir daquela altura a ser considerado como ponto de Vigia ou Forte.
No ano de 1910, o Rei nomeou comandante do Forte da Roca o Tenente-coronel na reserva, António Bernardo de Brito e Cunha, sendo apenas uma forma de homenagear aquele militar, com um cargo meramente honorífico."
(in ???)